21-10-2016

lembranças de antom laia

 


Nos recordos cabem mil lirios, mil estrelas

mil sorrissos, um olhar, umha gamela.

Nos xardins das viagens, das essências,

no transito das uvas tintas dos dedos

cara os lábios molhados de lembranças,

e sabemos que as noites som enormes,

como os ocos nos que ficam os ruidos

e permanecem os silêncios acordoados

como aves que se perden nas chairas:

sem retorno.

 

Sabemos que as noites son enormes

como os ocos nos que ficam os ruidos

e permanecem atordoados os silêncios

como aves sen as asas sobre as chairas

molhando de uvas tantas lembranças

como cantos de paporoibo no despertar

desta singradura polas areias gravidadas:

sem retorno.

 

Nos recordos cabem mil lirios, mil estrelas,

mil sorrisos, um olhar, umha gamela, e este

pranto de uvas apanhadas nos caminhos

como ocos nos que fican os silêncios:

sem retorno.

 

antom laia

 

poema do libro as margens do tempo

con ilustracións e capa entrando

en el recuerdo de tomás roures

presentado onte en andel en familia

con xurso souto telmo comesaña

os da casa e achegados

coma un laio da memoria